sábado, 23 de novembro de 2013

Travessia de Vitória à Abrolhos e Caravelas



Em Vitoria fomos bem recebido pelo iate club e os marinheiros que trabalham lá que não mediram esforços para nos ajudar no que precisasse.
Por causa dessas pessoas que estamos conheçendo ao longo do caminho, resolvemos criar uma pagina no blog dedicada a elas, essas pessoas do mar que nem sequer nos conheçem mas nos acolhem e nos ajudam como se fossem amigos de longa data.

Saímos de Vitória de manha, lá pelas 07:00 com a intenção de chegar em Ilhéus, uma travessia entre 3 a 4 dias no mar.

O vento era Leste-Sudeste e as ondas estavam de Nordeste / Leste, sabia que seria uma navegada dura pois o rumo que seguiriamos nos colocava em um anglo de 90 a 60 graus do vento e das ondas, em outras palavras, 4 dias balançando bastante.
Saímos do iate clube de vitoria e o mar estava muito ondulado, até sair do porto as coisas estavam tensas, a ju nem piscava, o bote pulava querendo voar pra fora do barco com o balanço das ondas. Assim que estavamos no mar as coisas melhoraram um pouco, mas não muito, segundo a Ju.
Seguimos assim por quase 2 dias, no segundo dia as ondas cresceram e batiam tão forte embaixo do cockpit que um dos paiois foi torcido e teve a madeira que suporta ele preso naquele lugar quebrada.
Começei a pensar que se a condição continuassem a piorar as avarias poderiam ser ainda piores.
As ondas que viam pelo traves (vindo de Leste) as vezes se misturavam com as ondas de NE (vindo de nordeste) e formavam um triangulo atingindo o kahuna pelo lado de Boreste, molhando tudo e todos. Em alguns momentos, quando tentava fazer a navegação, mesmo com a gaiuta fechada, uma cachoeira de agua caia em minhas costas, molhando a mesa de navegação.
Decidi que iriamos para em Abrolhos pra descansar e avaliar a situação, depois continuariamos a nossa rota para ilhéus.
Quase chegando em abrolhos, aproximadamente 3 milhas, uma onda bateu com tanta violencia embaixo do passadiço de Bombordo que ele foi arremessado para cima, danificando a ligação da luz de navegação que fica em cima do mastro, e então ficamos sem luzes de navegação.

O fundeio.
Pierre Blancpain em Buzios já havia me falado que abrolhos não é muito abrigado dos ventos do quadrante Leste, pois  era esse vento que estava presente quando chegamos em abrolhos!
Lançei ancora no lado norte da ilha Santa Barbara, a primeira ancora não unhou o fundo, então lançei a segunda ancora, e mais cabo, agora estavamos ancorado.
Fomos dormir e no dia seguinte fui avaliar a situação das avarias e o levantamento foi o seguinte:

Paiol Quebrado e entortado
Um dos compartimentos do casco de BB está com água, para meu total espanto.
Leme de BB começou a apresentar pequenas rachaduras. De tanto levar porrada das ondas.
Passadiço de BB teve a base onde é amarrado, arrancado com parafuso e tudo.
Luz de navegação

Porcausa do segundo item, resolvi ir para caravelas consertar o barco.
Mas na hora de suspender ancora adivinhem. Veio só o cabo. Perdi uma ancora.! Quando puxei a segunda, não vinha. Droga, vou ter que mergulhar.
Me preparei e fui, estavamos a 7 metros de profundidade, não consegui chegar lá embaixo mas consegui ver a situação da ancora, devido a tamanha visibilidade da agua em abrolhos.
A amarra estava enrrolava na cebeça de um coral, e estava quase puindo. Mais um pouco e eu estaria sem ancoras.  Pensei comigo.  Fu@#$*. Vou perder as ancoras.
A sorte é que havia um navio balizador da Marinha e pedi um apoio para eles. E por sorte também haviam lá 2 guarda vidas megulhadores que se prontificaram em nos ajudar mergulhando lá e safando a primeira ancora e recuperando a segunda que já havia sido perdida. Temos a agradeçer a marinha do brasil mais especificamente o Comandante do Navio balizador Tenente Boanerge que liberou o pessoal pra nos ajudar e lógico os mergulhadores.

Com as ancoras novamente a bordo, seguimos para Caravelas navegando cerca de 6 horas para chegar lá. Chegamos bem e ficamos ancorado na frente do Pier da cidade.

Lá conhecemos todo o pessoal que trabalha nos catamarans que fazem a travessia para visitar Abrolhos.
Horizonte aberto, Andarilho, Netuno e Zeus são  os barcos que  levam o pessoal pra abrolhos.
O Dito um cara nota 1000, capitão do Horizonte aberto que nos deu todas as dicas de caravelas, inclusive nos levou a um lugar chamado Quitongo, onde nós poderiamos encalhar o Kahuna na mare baixa.
Show. Valeu Dito

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